Estudo classifica as melhores e piores máscaras contra a covid-19

Para realizar o experimento, foi utilizada uma caixa preta com um laser e uma câmera de celular. Uma pessoa teve de falar a frase “mantenham-se saudáveis, pessoal”, cinco vezes na frente do laser, utilizando cada uma das máscaras diferentes.

O celular foi utilizado para gravar um vídeo de aproximadamente 40 segundos. Os primeiros 10 segundos são utilizados como linha de base. Durante 10 segundos o usuário fala a frase e a câmera continua gravando por mais 20 segundos para a observação das gotículas. Para cada máscara, o experimento foi repetido 10 vezes.

Um algoritmo de computador se encarregou de contar as gotas registradas no vídeo. “O hardware necessário para essas medições está comumente disponível; lasers e componentes ópticos adequados estão disponíveis em centenas de laboratórios de pesquisa ou podem ser adquiridos por menos de US$ 200 (cerca de R$ 1.000), e uma câmera de telefone celular padrão pode servir como dispositivo de gravação”, informa o artigo.

O artigo enfatiza que esse método de medição é barato e pode ser construído e operado por não especialistas, o que permite uma avaliação rápida do desempenho da máscara durante a fala, espirro ou tosse.

Os pesquisadores fizeram o teste com 14 tipos diferentes de máscara, incluindo acessórios alternativos, com um remendo do material de máscara e sem nenhum tipo de cobertura facial.

A máscara N95 reduziu a transmissão de partículas para menos de 0,01%. As cirúrgicas de três camadas ou de polipropileno reduziram a quantidade de gotículas em 90% ou mais, se comparado com a ausência de cobertura facial.

A máscara de algodão feitas à mão eliminou entre 70% a 90%. Já as bandanas dobradas diminuem a quantidade de gotículas em apenas 5% e as lãs de pescoço, muito utilizada por corredores, aumentou a quantidade de spray para 110%.

Os pesquisadores acreditam que o tecido desse tipo de gola quebra as gotas maiores em muitas gotículas. As gotas menores ficam suspensas no ar por mais tempo e, por isso, o uso desse tipo de máscara é, segundo o artigo, contraproducente.

As máscaras N-95 com válvula tiveram o desempenho quase igual ao das máscaras de algodão. Esse tipo de máscara é projetada para ambientes industriais e seu objetivo é mais controlar o que o usuário inspira do que o que ele expira.

Os pesquisadores acreditam que, embora esse tipo de máscara não comprometa a proteção de quem a utiliza, ela pode comprometer a proteção das pessoas ao redor.

O estudo enfatiza que, apesar de esta ser uma técnica simples e barata para a testagem de máscaras, ela possui algumas limitações. Fatores como o ajuste da máscara no rosto, posição da cabeça, padrão da fala, fisiologia da pessoa submetida ao teste, entre outros, podem acarretar variações de resultado.

Outra limitação é que o lazer e câmera de celular pode não ser capaz de registrar todas as gotas transmitidas por meio das máscaras. Porém, realizando o teste com as mesmas condições para todas as máscaras, é possível realizar um comparativo entre as máscaras, como foi feito no estudo.

Confira o ranking de eficácia das máscaras, sendo a primeira a que mais protege e a última a que menos protege (todas as máscaras de algodão tiveram desempenho semelhante):

1- N95
2- Máscara cirúrgica descartável
3- Máscara de polipropileno e algodão (o material sintético polipropileno é colocado entre duas camadas de algodão)
4- Máscara de polipropileno de amarrar (duas camadas de material sintético)
5- Máscara de algodão de amarrar
6- Máscara de amarrar feita com duas camadas de algodão
7- N95 com válvula
8- Máscara de algodão costurada a mão
9- Máscara de algodão plissado da empresa americana Hudson’s Hill, de camada única
10- Máscara de algodão plissado de camada única
11- Máscara de algodão plissado de camada dupla
12- Máscara feita com tecido de camiseta
13- Bandana dobrada usada como máscara
14 – Gola de pescoço usada como máscara (aumenta a quantidade de partículas)